Esta é uma história verídica que ocorreu no ano de 1999, com minha família, tudo começou quando...
... Minha mãe, meu pai, meus avós e eu fomos passar uns dias no Piauí. No dia 15 de novembro de 1999, faltando apenas 1 dia para irmos embora uma mulher, a Lúcia, perguntou a minha mãe se ela sabia quem queria adotar um neném, ou se ela mesma não queria, porque a mãe e ninguém na cidade queria a criança, e se ninguém ficar com o neném ele iria ser mandado para São Paulo.
Minha mãe na hora ficou revoltada, pois, o neném nem havia nascido e ninguém o queria, hoje penso na tamanha crueldade que seria com ele se tivesse sido mandado para São Paulo como se fosse uma simples mercadoria.
Nós viemos embora e minha mãe não pensava em outra coisa. No dia 19 de novembro de 1999, minha mãe ligou para o Piauí e pediu para minha tia dizer para a Lúcia que ela ia adotar o neném.
Os dias foram passando e meus pais estavam comprando o enxoval, quando no dia 1º de dezembro de 1999, meu tio ligou avisando que o neném tinha acabado de nascer, e que a mãe biológica não quis nem olhar para ele, meu tio levou o neném direto para a casa dele.
Quando o povo da cidade viu que o neném era saudável e bonitinho, todos na cidade começaram a dizer para a mãe biológica do neném não deixar a minha mãe adotá-lo e sim para alguém da cidade adotá-lo assim ela poderia vê-lo com freqüência, mas, ela respondeu que não, que iria dar o neném para minha mãe adotá-lo, pois, minha mãe o quis antes mesmo dele nascer, sem ao menos saber se era menino ou menina, se era branco ou negro, se tinha doença ou não, nós o queríamos de qualquer jeito.
Três dias depois meu tio ligou dizendo, que a mãe biológica do neném estava querendo vê-lo, minha mãe disse que tudo bem, porém nós ficamos apreensivos dela querer pegar o neném de volta. Mas, assim que ela pegou o neném no colo, ele começou a chorar logo ela o entregou de volta para meu tio.
Meu tio contratou um advogado, a pedido de meu pai, que conseguiu uma autorização para ele viajar até aqui, no Distrito Federal. Um detalhe, para conseguir essa autorização tivemos que registrá-lo no nome da mãe biológica, o nome dele é Lucas.
Um ano e quatro meses depois a audiência da adoção foi marcada, meu pai, minha mãe e o Lucas foram para o Piauí, lá ele conheceu os seus outros 5 irmãos e sua mãe biológica.
O dia da audiência chegou, minha mãe estava uma “pilha de nervos” e a mãe biológica não parava de chorar um só minuto. Na audiência o Juiz deferiu o pedido de adoção e o promotor deu-lhes os parabéns, pois eles já tinham 3 filhos biológicos e adotaram mais um, enquanto há pessoas que não têm nenhum filho e ainda tem a cara-de-pau de dizer que prefere adotar um cachorro a adotar o filho de outra pessoa.
Essas pessoas não tem noção do que dizem, pois o amor de uma criança é um amor tão puro e inocente, incomparável com qualquer outro tipo de amor.
Hoje ele tem 11 anos de idade e vive muito feliz aqui em casa e todas as pessoas que discriminaram estão vendo que não tem nada a ver se é do mesmo sangue ou não, o amor é o mesmo.
Se mais pessoas tivessem essa sensibilidade de adotar uma criança, com certeza não teria tantas crianças vivendo nas ruas, tornando-se marginais. Com esse simples ato de adotar você estaria ajudando o mundo a ser bem melhor.
Eu dou graças a Deus que essa mulher, mãe biológica do meu irmão, teve a decência de dá-lo para a adoção e não cometeu aborto nem simplesmente o abandonou em uma lixeira qualquer, se um dia eu tiver a oportunidade de encontrá-la irei dizer do fundo do meu coração: "OBRIGADA POR TER ME DADO MEU IRMÃO".
Nos olhos do meu irmão se pode ver um brilho diferente, um brilho de gratidão, de agradecimento. Agradecimento que ele não esconde sentir, nossa maior recompensa é quando ele chega e diz: "PAI E MÃE EU AMO TANTO VOCÊS E MEUS IRMÃOZINHOS, VOCÊS SÃO A MELHOR FAMÍLIA QUE EU PODERIA TER".
Para vocês terem uma ideia das coisas que ele nos fala olhem esse recadinho que ele me mandou no orkut:
Lucas Paulino: Te amo maninha você me ajudou muito desde que eu cheguei,
obrigado a todos vocês. Um beijo!
Meu irmãozinho eu que agradeço por você existir em nossas vidas, EU TE AMO MUITO!!!
2 comentários:
Adorei sua estória. O amor não é exclusivo do sangue e nunca será. O amor nasce a cada momento e a cada gesto. Somos iguais perante ao Senhor. Parabéns a sua família e foi muito gratificante ler tudo isso.
Tenho 2 filhos e sei o quanto uma criança ilumina nosso caminho. Abraços, Blog: http://olhodedoido.blogspot.com/
Obrigada pelo comentário. Fique com Deus, Beijos!!!
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